quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Seu último Carnaval

Tô te aguardando,te esperando. Curta bem,faça o que sentir vontade,pois bem.
Se é assim o modo que tenho que esperar,te olhar de longe pulando e cantando o carnaval com uma caneca gigante de cerveja na mão e uma vadia loira do lado,segurança tua flácida poupança larga. Se é o que deseja,continua. Mas aproveita que minha paciência não é estreita,que meu amor congela a raiva e o tempo,o longo prazo de espera,de raiva e de fúria. Aproveita que eu sei superar sua demora e pouco caso da minha insônia, da minha crise insana de posse silenciosa.
    Pule,cante e beba,faça como bem entender,é teu último ano,teu último carnaval. Tua última gargalhada da minha cara na janela quando chega alterado na madrugada,olhando pra cima,todo sujo e tonto,me vendo a te olhar com minha cara decepcionada,te olhando todo rasgado e marcado de batom.
  Pois bem,eu não chorei,só ri no maior tom e mais alto,eu ria de sua hipocrisia,sua falta de consciência, eu ria e via o quanto tempo perdia na rua,traindo meu coração enquanto eu estava sentada no portão cobiçando os casais que passavam de mãos dadas. Vá, vá embora já. Não sinto raiva,lhe conheci em um carnaval e infelizmente me apaixonei por um longo beijo misterioso de um louco carnavalesco pegador,que beija e vai embora atrás de outra aventureira prestes a abrir seu coração,assim como eu,a última besta que sobrou e ainda lhe espera voltar de outros carnavais.

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