sábado, 21 de janeiro de 2012

Dois em um

   E quando as luzes da cidade se apagarem,a neblina cair no retrovisor do seu carro enquanto correr em alto velocidade com o som no máximo,ouvindo aquela nossa música, ultrapassando o sinal vermelho,tentando fugir das lembranças e elas ainda habitam no seu porta-malas. Pare o carro,pare no vento,volte a curva,volte ao tempo e tente se lembrar do que ficou pra trás. Aquilo que te motivava,te dava forças,o que te fazia sorrir e você deixou pra trás. Tudo de mais precioso, te conformava nos momentos dolorosos, te abraçava no frio,te amava nas noites de inverno. Estava,apenas estava em qualquer momento presente. E não sente falta não é ?      
    Diga que não o quanto quiser,eu sei que sente e ela arde e queima,tua saudade é como a minha que não foi embora nem com o precioso e suposto curador, o tempo.
     Ele que não foi pário para nos distanciar, só distanciou dois corpos,que longe um do outro só sentiu frio e saudade,mas nossos sentimentos ainda  continuam ligados como fios à tomadas.
  Não sei onde fui me meter,não sei onde queria chegar e em que beco fui me enfiar,pois agora não vejo saídas nesse labirinto,a vista de fora era bela,até o momento em que me lancei para dentro e mergulhei num mar de desilusão. Eram somente flores,cores,amores. Agora,sem mais nem menos, se transformam em espinhos,saudade e dores.
    Por isso eu grito e imploro que volte, volte e me tire daqui,desse labirinto de dores em que me lançou. Acreditei que levava-me à um belo jardim de mãos dadas prometia não soltar-me,não abandonar-me.
  Prometeu-me o mundo,acreditei e fui tão fundo e não conseguia ver o tamanho perigo que se aproximava de mim.
   Talvez não tenha atendido a todas suas esperanças,talvez não tenha sido tão perfeita como você foi pra mim ou por qualquer outro motivo que tenha de não querer voltar. Eu continuo e digo,peço que volte e eu sei que tudo passa,tudo volta ao normal. O mundo te cegou,colocaram-lhe vendas nos olhos e sobre carregaram seus pensamentos,te encheram de desconfiança e fizeram com que desacreditasse do amor de verdade,da importância que ele tinha em sua vida. Era o que te movia,era o que fazia viver. Tu eras tudo que tinha,bem ou mal,junto ou separado,frio ou quente. Era o mesmo,estava sempre,sempre contente e eu dava meu maior sacrifício,meu maior sorriso,vazia o possível e o impossível também só pra te ver sorrir,te ver um pouco mais feliz. Se minha presença não bastava eu não sei, mas a minha vida lhe entreguei,não tinha mais nada em minhas mãos pois o meu tesouro maior se foi,o seu coração,o meu coração.
       Volte esse carro,retorne toda a estrada percorrida e venha liberta-me das correntes que me prendem e me afastam da vida,da  vida que nada mais nada menos se resume em você. É por isso que continuo,acredito que volte,que venha e me pegue no colo e me leve pra longe e me faça sentir tudo aquilo que eu sempre sonhei.O meu coração que é só teu, e meu olhar vai encontrar o seu,e juntos serão um só. Como nós,não existirá eu e você,somente nós.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Prometi não parar de dançar

Vem e não vai mais embora
Deita do meu colo e rola
Teu lugar é o meu lugar
Meu dever é te abrigar.
Te vejo em outro abraço
Não sei o que eu faço
Já entro em desespero
Preciso do teu cheiro.
Não há nada o que dizer
Não há o que escrever
Nem o que falar,pois
Eu sei,eu preciso ter você.

É tão ruim,dói demais
Sentir essa vontade que
Não me deixa em paz.
É tão bom,te tocar
Viver essa aventura de
Poder  sempre estar.
Correndo,sempre batendo
De cara com o muro,é mesmo
Um absurdo,mas eu fico quieto e mudo.
Eu mudo tudo,meu jeito,meu cabelo
O lugar do meu espelho,meu endereço.
Por você eu faço tudo.
És meu suspiro mais profundo,a mais
Bela paisagem do meu mundo.
És poesia,és prosa,bolero,perfume de rosa.

Entrei na roda,não vou mais parar te olhar
Enquanto eu ouvir a tua voz cantar,
Enquanto eu ouvir teu suspiro ofegar,
Teu suor a pingar sob o chão do salão,
De tanto dançar,eu prometo não parar.
Não parar de dançar,Não parar de te amar.

Vagner e o violão

Haviam calos em seus dedos,tocava tanto aquelas cordas
Havia papéis espalhados,cifras listadas e notas.
Seu único lazer,seu maior prazer era tocar.
Tua alma se expandia de acordo com os atos
que fazia,delicadamente,suavemente.

Ah garoto que não deixa-nos observar,que pena não poder olhar seu grande talento,
Só ouço de longe o meigo som e observo de sua janela entrar aquele constante vento,
E só balançam as cortinas, eu vejo teu som,ouço teu movimento,
És tão desatento e atento ao que queres ao mesmo tempo.
Eu não quero,mas acabo entendendo.

Jamais o vi sair daqui,te seu quarto só ouço zumbir,
Teu barulho não incomoda, suas fortes batidas eu sinto,
Elas querem expressar o teu grito.
És tão meigo,tão quieto e calado
Mas eles não entendem o que queres ao teu lado.

É ele,somente ele, é o maior vilão dessa tua prisão,
Arrancarei-o com meu laço,com meu articulado embalo,
Então peço permissão,e se não me deixares,entrarei de invasão
No teu quarto,no teu violão,em tuas letras e notas.
Serei o próximo e mais novo tema de sua nova canção,tocarei a mais
Profunda a canção,a canção do teu coração.

Stop in you



Não quero baderna,não quero estragos
Não quero bebidas,não quero cigarros
Não quero depois,não quero amanhã.
Não quero beber,não quero comer.
Não quero pedir,não cair.

Não posso te impedir,de ficar aqui
Só posso pedir,que deixe seus passos
bem perto, perto de onde eu possa
acompanhar e avistar tua sombra
Eu  imploro que fique,já disse e é tudo.

Quero tua pirraça,eu suportarei,
Quero teu dengo,eu lhe mimarei.
Quero teu choro,pois secarei,
Quero teu pior,Pois já sei lidar
com o teu melhor.

Me faz um bem danado te ter de longe,
Me faz uma falta tamanha te ver distante.
Me mande afastar,me faça parar
É errado,é complicado mas não há lugar
Melhor onde eu pare,a não ser,
Parar em você.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Armazém


         Ainda não sei como meu cérebro consegue suportar e armazenar tantas lembranças,tantas cenas e fazer com que elas passem feito um filme em minha cabeça dia e noite.
    Todos os momentos,idênticos,todos os dramas,as tramas. Braços,abraços,brigas,reconciliamentos   rápidos. Colo meu,beijo teu.
    É tão real suspirar sonhando, igual como no tempo exato que ocorreu.
    Mas alegria não é a mesma,ficou lá atrás e só restaram a saudade e os vultos de sua imagem, que não me deixa em paz.
    E como dizem,tudo que vai volta. Não é bem assim,esperei e ainda espero que tudo volte para mim.
    O coração aperta,o pensamento judia, o silêncio toma conta do que já se foi um dia.
   

Os seresteiros

        E eles saem em busca do prazer pra obter os desejos de seu ego e manifestar o lado oculto de suas almas. Em busca de corpos quais quer para alimentar suas vontades,numa sexta-feira qualquer,se lançam na estrada a procura da euforia desejada. Prazer,mulheres diferentes a cada noite que passa,danças e taças.Sem a mínima nostalgia de nenhuma noite passada,nenhuma mulher que marca,nada. Concretizam seus desejos,afloram sentimentos e saem espalhando mágoas em corações de frágeis,que não resistem aos encantos galanteadores dos seresteiros das noites,que, conseguem fazer exatamente como planejam. É como um jogo,armadilha e sempre acabam caindo como vítima todas as vezes.
     Essa é a busca da felicidade momentânea segundo eles, só em busca de alguém que os faça sentir amado por todas ou por qualquer uma que quiser,obter o prazer desejado. Sentir-se assim,seria a melhor forma de fugir dos problemas,de descartar aquela inocente garota apaixonada que lhe torra a paciência dizendo que quer vê-lo,quer amá-lo e quer o homem de antes de volta. Mas não sabendo que aquele homem sabe fingir como ninguém,enganá-la a ponto de conseguir o que quer e depois mudar o comportamento para pior,assim fazendo seu coração palpitar,seu suspiro triste a esperar que volte a ser o que era antes,mas a pobre que não imaginara o quão grande é o problema de querer ter de volta o que na verdade nunca existiu.
   É injusto,é doloroso,é desesperador. Mas assim é que a banda toca e tem que se viver, tem que se chorar, tem que se sofrer. Ainda haverão dias em que passarão,mas voltarão, são dores passageiras,mas algumas permanecem por noites ou semanas,talvez a vida inteira. E assim vamos vivendo,fingindo não doer,tapando o sol com a peneira.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Eternizar

           Era o único bem ou mal,fazendo ou não suas trapalhadas ou me magoando as vezes.Era único e só. Me fazia bem,me entendia e estava aqui. E hoje tão longe,já não sobraram nem mais palavras ou lembranças de sua parte,só habita ainda em mim.
          Senti raiva,senti ódio,rancor. Mas passava com tanta rapidez,não conseguia te ver mal,mesmo sendo culpado com a cara mais lavada tentando se desculpar do seu erro,eu me sentia culpada em dobro se não o desculpasse,aquele rosto de inocente que só você sabia fazer para me convencer em dar-lhe outro chance,outro beijo. Eu acaba sorrindo mesmo querendo chorar e te bater no rosto com toda força do mundo,eu sorria e balançava a cabeça do lado pro outro desacreditando de mim,de como era fácil conseguir arrancar seu amor do meu peito de dentro pra fora,sugar todas suas segundas chances que se tornaram terceiras,quartas,quintas,sextas,sétimas e infinitas.
        Pois é. Não tem mais jeito,tentei fazer meu jogo,tentei brincar como brincas comigo. Mas quando começava a cair,ou fingir que caía, eu acabava entregando-lhe de bandeja,de mão beijada. Porque eu sei,não há graça se você não estiver sorrindo,procurando meu perdão,me fazendo sentir o que só você conseguiu fazer com que eu sinta e você sabe,é só com você.
      E agora que se foi,já fazem quase dois anos,ainda posso escrever com as mais sinceras palavras. Eu disse que tentaria,eu tentei e ainda tento. Substituir seus carinhos,o jeitinho que me fazia te sentir. O toque,o cheiro,o abraço,o simples encostar do teu nariz no meu,suas piadas sem graça,seu olhar malicioso o mais bobo,mas eu sorria e achava graça, me deixava tímida e você ria de mim. Como era boba,como era besta,ingênua,não soube aproveitar o quanto deveria. Doeu te ver partir,mas eu confesso que sofreria mais um pouco e de novo,só pra poder vivenciar e tentar eternizar cada detalhe que deixar passar despercebido,estes são poucos,mas os que restaram são suficientes para tê-lo perto mesmo longe,dentro de mim,em minha mente.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Seu último Carnaval

Tô te aguardando,te esperando. Curta bem,faça o que sentir vontade,pois bem.
Se é assim o modo que tenho que esperar,te olhar de longe pulando e cantando o carnaval com uma caneca gigante de cerveja na mão e uma vadia loira do lado,segurança tua flácida poupança larga. Se é o que deseja,continua. Mas aproveita que minha paciência não é estreita,que meu amor congela a raiva e o tempo,o longo prazo de espera,de raiva e de fúria. Aproveita que eu sei superar sua demora e pouco caso da minha insônia, da minha crise insana de posse silenciosa.
    Pule,cante e beba,faça como bem entender,é teu último ano,teu último carnaval. Tua última gargalhada da minha cara na janela quando chega alterado na madrugada,olhando pra cima,todo sujo e tonto,me vendo a te olhar com minha cara decepcionada,te olhando todo rasgado e marcado de batom.
  Pois bem,eu não chorei,só ri no maior tom e mais alto,eu ria de sua hipocrisia,sua falta de consciência, eu ria e via o quanto tempo perdia na rua,traindo meu coração enquanto eu estava sentada no portão cobiçando os casais que passavam de mãos dadas. Vá, vá embora já. Não sinto raiva,lhe conheci em um carnaval e infelizmente me apaixonei por um longo beijo misterioso de um louco carnavalesco pegador,que beija e vai embora atrás de outra aventureira prestes a abrir seu coração,assim como eu,a última besta que sobrou e ainda lhe espera voltar de outros carnavais.

O último Ponto de ônibus / part 1

  •         Era seu primeiro mês de trabalho,ainda sentindo insegurança e medo. Medo de perder a hora de seu ônibus,insegurança quando estranhos lhe olhavam,seus olhos sempre arregalados e atentos,suas pernas trêmulas de frio e só se ouvia seu alto fono de ouvido e o zumbido do vento gelado que batia em seus cabelos negros,escorridos aos ombros.
            Com o passar dos dias,a rotina foi tomando conta de sua vida,os mesmos passos,as mesmas músicas,o mesmo ponto,motorista e ela não sentia vontade alguma de observar o rosto das pessoas,pois elas nunca a olhavam como realmente queria ser olhava. Até que aconteceu o inesperado,ao olhar para trás desatentamente,pois seu ônibus parecia estar minutos atrasado,avista os pés de um rapaz e vagarosamente sobe teus olhos sobre aquele longo corpo e atravessa seus olhos aos dele,que atentamente olhava tão fundo que parecia enxergar a alma,lá dentro a observava,bem no fundo.
            Tímida,se vira em direção reta a fila e para. Ele também,só que traça o olhar para os lados como se nada tivesse acontecido. Ela então refletindo sentada ao banco quando chega em seu lugar :
    - Seus olhos tão misteriosos,seus lábios pequenos e rosados,nariz afilado,aquela barba mal feita,cavanhaque o que mais me atrai.Seu corpo longo e magro,movimentos leves que faz com os olhos de um lado pro outro,não para de observar a todos,coisa que eu nunca faria e depois de hoje o que eu não percebia,é que,lá atrás havia algo que se antes descoberto jamais perceberia o quanto me interessaria.Chega mente! Foi só uma troca de olhares comuns do dia-a-dia,não é nada de mais.
              E a imagem do rapaz tomava-lhe o sono por contínuas noites,antes de fechar teus olhos sempre aparecia aquele olhar tão perto que parecia estar repousado em cima dos teus.
            A cena se repetiu por vários dias e semanas,ele no fim da fila sempre atrasado e em pé,ela sempre adiantada,nervosa e preocupada em se atrasar,sempre sentada por tão cedo chegar. Apesar dos congestionamentos e passageiros transitando de lá pra cá,sempre arrumavam jeitos e pilastras a se esconderem para um ao outro de longe olhar,bem discreto,bem calado.
        O desejo oculto foi tomando conta do pensamento da iludida moça,sempre idealizando situações onde falaria e se aproximaria naquela fila do rapaz. A vergonha era tremenda,as vezes os olhos se esbarravam em tamanho espaço,se atropelavam olhando no mesmo momento,então abaixavam seus pescoços que na nuca batia o sopro gelado do vento e os dias apenas indo embora sem nenhuma ação diferente.
       Até que em uma noite cansada ela chega em casa, atormentada de cansado,fadiga,nostalgia,saudade do que ainda não pôde ter recebido,adormece com os mesmos pensamentos,acorda em meio à madrugada sem sono e apenas pensando nos olhos do rapaz,pensando em um dia ter aqueles braços laçados aos teus,aqueles em cima dos teus,teu nariz suspirando seu cheiro,um ao outro apenas o som do vento,das batidas do coração,dos suspiros de emoção. Assim ela dormiu,dormiu e sonhou com tal situação, imprevisível ou talvez impossível.
         O despertador tocava disparado pela terceira vez,e pela primeira vez ela estava atrasada. Se arrumou rapidamente e chegou ao ponto. Lá estava o rapaz que também se atrasava,à um passo de sua frente, suas pernas então tremiam como um vulcão em erupção,suas mãos estavam suadas,o frio na barriga a incomodava. Ele aparentava ter medo de olhar,mas constantemente de lado olhava,demonstrando estar preocupado com seu ônibus,mas na verdade queria mesmo era tentar tocá-la,não com as mãos,mas sim com os olhos,era a única forma dos dois se apreciarem.
         Então chega o tão esperado veículo e o menos esperado, quando sobiam,lá estavam apenas três lugares vagos,um banco só e dois juntos e vazios. Ela se assenta onde haviam dois, ele estica seu corpo em direção ao banco sozinho,mas pensou em questão de um segundo cortado a três pedaços,rapidamente se direciona ao lado da moça,ela percebia suas expressão tímida.
        Chovia,chovia e ventava. Todos fecham as janelas e tapam os ouvidos com seus chapéus,pois o barulho dos trovões assustavam. Cada um se vira para o canto,ele abraça a mochila e fecha os olhos. Ela inclina a cabeça ao chão,cruzando os dedos das mãos e observando o balançar dos pés nervosos do rapaz.
        Com o caminhar da estrada,com as curvas constantes,o esticar dos corpos,foram se achegando para perto e se aquecendo,era em tamanho aconchego,ela sente. Sem perceber seus corpos colados,seus ombros unidos e suas pernas quase enroscadas. E a dúvida batia.Será que sentes os mesmos calafrios e arrepios que passam em meu corpo ? Será que me olha profundamente como olho pra você ?
         Ela olhando da janela,avista o ponto em que ele desse se aproxima. Se ajeita delicadamente para perto de seus ombros largos,tentar esquentar mais um pouquinho,coisa que é rara acontecer o quanto ela esperava por tão pequeno gesto e acontecimento,tenta aproveitá-lo por últimos segundos antes que bata o sinal e dessa definitivamente de seu lado e só após 24 horas torne a senti-lo, ou como mais provável a olhar de longe e deseja-lo silenciosamente. E se achega,vagarosamente,de fininho a ultima aquecida em sua jaqueta quente,se esfrega lentamente ao seu lado,ele se espreguiçando e a olhando timidamente de lado. Levante-se e parece não querer partir. Dá o sinal, de pé com a bolsa pesada nas costas,olha pra trás meigamente e da um longo sorriso, que junto ao dela que o observa a descer o primeiro degrau. Ele saindo e mais uma vez olhando discreto,ela com os olhos brilhando decide interpretar o que os lábios calados,os olhos delicados dele diziam aos teus :
     - No fim,no meio da fila,no banco da frente ou de trás,adiantado ou atrasado,escondido e tímido ou espantado e amedrontado. Teus olhos se escondendo de mim,ou querendo me encontrar. Moça dos olhos de mel,amanhã voltarei no mesmo local,no mesmo horário atrasado e correndo.Às vezes a olharei de mais,outras a olharei de menos,só quando perceberes, se é que percebes meus constantes desejos calado.Não consegui ainda me aproximar por palavras,não pude vê-la e senti-la completamente,nem se quer a parte direita de seu corpo pude bem avistar,de tão tímida que és. Mas meus olhos fazem mais por mim,os teus também,a arte de se unirem e visitarem o coração e o interior da alma do outro é de incrível capacitação. Assim te tenho tão perto,mesmo de longe,assim a tenho dentro de mim e me tens dentro de ti.

    TO BE CONTINUED