segunda-feira, 14 de maio de 2012

Irreversível

      Sabe, uma segunda comum,um dia qualquer onde todos pareciam iguais,sempre a mesma e velha rotina. Caminhando sempre distraída pelos corredores,tropeços e trapalhadas,ao carregar minhas pesadas pastas que quase sempre as deixava cair,graças a esse  jeito desatento,desordenado de seguir.
      Numa rotina cansativa e exaustiva,num destino e caminho irreversível,como se não houvesse rumo,direção ou uma nova missão. E que eu viva assim enquanto der,enquanto puder,a falta sempre nos bate no meio da sexta a noite,a vontade de mudar de lado,de ser procurado,encontrado. Que isso possa mudar,que estrelas cadentes chovam sob meu teto,pois irei sentar-me e fazer um pedido a cada uma que cair.
     Frio,café,o jornal que falta pouco sangrar quando é dobrado,morte,sangue,choro,é o que vejo. Nas capas de revistas,rostos felizes e maquiados,pelas propagandas e vitrines todos seguem manipulados,até os sentimentos são fisgados,são influenciados.Eles dizem para não amarmos,mas mostram casais felizes nas telas de cinema,finais bonitos,o que parece impossível ser comprado e na verdade jamais será.
     Por mais que tudo mude,meu pensamento não troco por outro qualquer,não moverei uma palha se quer para adequar-me ao padrão feliz de vida como todos planejam.E que eu viva assim pelos fins do dia,das tardes,da vida. Quando entro em meu apartamento só me deparo com a cortina em movimento,balançada pelo vento,meu cão faminto em minha direção vem correndo,o silêncio das paredes,a doce rima de meus velhos literários,meu chá quente sob a poltrona de couro,sento-me ao teu braço. E que seja assim por muito tempo,ou o que durar e restar de mim,não há o que mudar,não há onde voltar, é aqui que sempre estive,é assim que sempre vivi. 

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